sábado, 14 de junho de 2014

As Memórias e as Comissões da Verdade

Descrição para cegos: Faixa escrita Comissão Nacional da Verdade
                
               Lembrar, sempre é bom, e isso parece lógico. Lembranças, por mais perturbativas que sejam, corroboram para a construção do presente, e resulta em nos colocar em um certo eixo. É preciso, antes, entender que o direito à Memória é algo que nos deve ser dado na integralidade, mesmo que na prática, aconteça muito diferente disso. A memória nem sempre é um bem coletivo. E mesmo os eventos coletivos, são dotados de individualidades. Individualidades que acabam se resguardando.
                É louvável que, para fins de estudo, e da própria composição cultural nossa, tenhamos uma noção do nosso percurso. Isso demanda investigação e mexe com memórias. Memórias que evitam ser faladas.
                O que as comissões que buscam alcançar memórias de acontecimentos passados fazem, é tentar resgatar dados que foram, por alguma razão, não guardados, e hoje nos deixam de certa forma em um vácuo. Devemos, então, nos mobilizar na busca de trajetos que ficaram isolados e que precisam ser resgatados. As comissões da verdade já estão dando os primeiros passos.

                                                                                                          Normando Junior

domingo, 8 de junho de 2014

Morro por um País - a memória da tortura


Descrição para cegos: Fernando Kinas e Fernanda Azevedo entre
 um boneco tamanho real de madeira.
A peça Morro como um País traz uma discussão a respeito da ditadura. Os presos, os torturados, os desaparecidos... A atriz paulistana Fernanda Azevedo desempenha um papel brilhante, com uma atuação impecável. O pensamento crítico no teatro e as formas de fazer arte com uma ideia de gerar conhecimento e reflexão, é um dos objetivos da Companhia de Teatro Kiwi de São Paulo. Vale a pena ouvir! Entrevista realizada para o programa Espaço Experimental, do Laboratório de Radiojornalismo da UFPB. (Polyanna Gomes)


sexta-feira, 6 de junho de 2014

Índio não ‘querer’ apito, índio ‘querer’ direitos: A história do Relatório Figueiredo

Descrição para cegos: Exposição do Memorial dos Povos Indígenas em Brasília com fotos nas paredes e artesanatos.
Foto: Polyanna Gomes
Quando estávamos no ensino fundamental e o professor fazia a pergunta “Quem descobriu o Brasil”? Todos gritavam “Pedro Álvares Cabral”. Sim, talvez tenha descoberto mesmo, mas o Brasil já tinha donos e estes não usavam roupas europeias, não tinham a pele branca e nem sequer sabiam o sentido da palavra “Descobrimento”.

Diversos povos indígenas habitavam o Brasil muito tempo antes da chegada dos Portugueses em 1500. Cada povo possuía sua própria cultura, religião e costumes. Viviam da caça, pesca e agricultura e tinham contato com a natureza. Os índios viviam em tribos e tinham na figura do cacique o chefe político e administrativo.

Mas... eis que eles descobriram o sentido da palavra descobrimento: foram enganados, explorados, escravizados e, em muitos casos, massacrados pelos portugueses. Perderam terras e foram forçados a abandonar sua cultura em favor da europeia.

Os tempos passaram, mas a situação indígena não ficou assim, tão diferente...

Entre os anos de 1967 e 1968, uma comissão organizada pelo Ministério do Interior havia concluído um relatório sobre irregularidades no Sistema de Proteção ao Índio (SPI). O documento ficou reconhecido como Relatório Figueiredo, por causa do nome de seu coordenador, o procurador Jader de Figueiredo Correia. Nesse relatório constavam inúmeros abusos de poder contra os indígenas. Havia exploração ilegal da terra e do trabalho indígena, e situações de escravidão. O procurador Figueiredo encontrou prisões malcheirosas e constatou castigos físicos, torturas e humilhações, produzidas pelos responsáveis pelos postos indígenas.

O site do jornal O Globo do Rio de Janeiro, publicou um texto do professor Carlos Augusto da Rocha Freire, doutor em Antropologia Social e coordenador de Divulgação Científica do Museu do Índio, relatando a história do documento e as memórias dos povos indígenas.

         

Polyanna Gomes